Já todos vimos imagens em filmes ou séries que retratam o uso da canábis no México, as viagens de norte-americanos ao sul, em busca de "mota" no seu país vizinho, ou o tráfico de canábis na fronteira norte. Mesmo que a crença popular seja que o uso da canábis é algo tradicional e milenar em terras americanas, esta planta apareceu no continente com a chegada de Cristóvão Colombo e dos sucessivos europeus que participaram na colonização. Este processo de invasão alterou radicalmente a realidade para os habitantes originais daquele continente e a introdução desta planta versátil significou uma grande mudança a nível industrial, medicinal e ritual.
Colombo, colonização e canábis
A principal razão para decidir levar canábis para o novo mundo era muito simples: no passado, a navegação era impensável sem o uso de canábis para cordas ou velas. De facto, os três navios que constituíram a primeira expedição de Colombo tinham todas as suas cordas e velas feitas de canábis e no porão do Santa Maria (o navio principal da expedição) havia sacos cheios de sementes desta planta.
O uso industrial, têxtil e até medicinal da canábis era muito comum no passado. A planta não tinha as conotações negativas que vários sectores se esforçaram tanto por criar nos tempos mais modernos. De facto, se visitarmos a cidade de Barcelona em Espanha, podemos encontrar provas claras desta normalização do uso de canábis: na famosa estátua do Colombo, nas Ramblas, dois ramos de canábis decoram a coluna em que se encontra o explorador. Este detalhe é uma tentativa de prestar homenagem à planta que tornou possíveis as grandes viagens exploratórias e ao mesmo tempo mostrar-nos que a relação entre a planta e o homem tem sido estreita e indispensável para a evolução da nossa sociedade.
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