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Nacional

17 Fev 2024

Revolução Canábica, encontro de activistas

, fotos por Cannadouro

Realizada entre os dias 18 e 19 de novembro na Alfândega do Porto, a 6ª edição da Feira Internacional de Cânhamo, tradicionalmente conhecida como Cannadouro, foi palco de um ciclo de conferências que reuniu diversas figuras da cultura canábica. No primeiro dia, perante uma audiência entusiasta, o evento acolheu uma mesa redonda que contou com a moderação de Henrique Pinto, fundador da Clorofila560, e a participação de Inês Queirós, criadora do movimento de revolução pela canábis, Dinis Dias e João Carvalho, promotores das primeiras marchas nacionais pela legalização. Ao longo de aproximadamente uma hora e meia, o painel debruçou-se sobre o lançamento da “Revolução Canábica”, iniciativa que em 2024 pretende reactivar as manifestações de rua em prol da legalização da canábis.

Recordar o passado 

Na esteira do fenómeno da canábis medicinal e integradas na Marcha Global pela Marijuana, as primeiras manifestações viram o seu nascimento ocorrer de forma orgânica, pela mão de um grupo de activistas informais unidos por um sonho e uma única missão – legalizar a canábis em todo o território português. Se a primeira marcha, organizada em Lisboa, em 2006, registou uma adesão moderada, as do ano seguinte, no Porto e em Lisboa, ganharam novo fôlego, dando início à institucionalização da causa e aumentando a sua visibilidade. Não obstante, seja pelo percurso de vida dos seus membros, seja pela desintegração de vários colectivos, o movimento foi perdendo algum do seu vigor inaugural, tornando-se progressivamente menos dinâmico e com uma capacidade de mobilização cada vez mais limitada. Aliado ao desenvolvimento das redes sociais, em particular ao aparecimento do activismo digital, as marchas foram sofrendo múltiplas descontinuidades, cenário que actualmente se almeja atalhar, devolvendo-lhes a sua força e recuperando o contexto de rua como sítio de fala, de luta e de conexão.

Rua: espaço de encontro e de resistência

Considerando a conjuntura política do país e a incerteza que nele se gera, a mesa sublinhou o poder da união. Para que a legalização se afigure possível, é preciso falar de canábis; é preciso que forças políticas e activistas se liguem à causa; é preciso haver lojas, feiras e publicações sobre o tema; mas sobretudo, é necessária a união e a mobilização do tecido civil, através de espaços de encontro e de resistência e de manifestações de rua.

Cansada de decisões legais sem fundamento e injustiças de vária ordem, Inês Queirós criou o movimento Revolução Canábica, visando o retorno das demonstrações de rua pela legalização da canábis. Contando, entre outros, com a colaboração do painel, mas também de Paula Mota, da Associação Mães pela Canábis, Inês está a afixar cartazes e autocolantes alusivos ao movimento, tendo convidado o público a juntar-se a esta acção e a participar da marcha do Porto, agendada para 4 de Maio de 2024. 

Semear o futuro

O debate terminou com recomendações para a sustentabilidade do movimento. A par da angariação de fundos (financeiros, humanos e materiais), propôs-se alargar a iniciativa a outros territórios, listar as entidades e associações do universo canábico, envolvendo-as activamente na preparação e concretização das marchas, além de utilizar as plataformas digitais para efeitos de divulgação e disseminação da causa. Adicionalmente, face à parca maturação da cultura associativa em Portugal, sugeriu-se criar, a priori, um plano de gestão e comunicação do movimento, evitar a partidarização do mesmo e também a sua fragmentação, desburocratizar procedimentos logísticos e profissionalizar o associativismo, aumentando a sua estabilidade. Ainda que a luta pela legalização tenha quebrado a barreira clássica esquerda/direita e alcançado importantes progressos, mais do que nunca é imperativo alavancar a revolução, tornando-a uma causa de todos, por todos e para todos. A palavra de ordem é uma: Temos de ir para a rua!



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