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4 Ago 2023

Entrevista Dinis Dias: “Não consigo conceber uma sociedade em que é legal consumir e não é legal a produção própria”

Dinis Dias é, junto com Pablo Hernández, fundador da rede de grow-shops Cognoscitiva, que começou em 2003 com uma pequena loja de 15 m2, no Bairro Alto. Ao longo deste tempo, Dinis foi um dos organizadores da Marcha Global da Marijuana, editou a revista “A Folha”, colaborou com a “Cáñamo” em Portugal, trabalhou com canábis no Canadá e fundou a Associação Cannativa. Neste momento, faz consultoria, enquanto continua a gerir a Cognoscitiva.

 

Qual foi o teu percurso de vida até fundar a Cognoscitiva?

Sou do Algarve, mas vim nascer a Lisboa e voltei para lá, até ir para a universidade. Comecei a fumar aí com uns 15 ou 16 anos, quando comecei a tocar bateria numa banda de rock, e havia mais músicos que já fumavam. Depois, quando acabei o 12º [ano], fui estudar para Londres durante um ano.

 

Foste para Londres estudar o quê?

Fui para lá fazer uma espécie de ano zero em veterinária, um curso mais especializado em cavalos, de que gostava imenso quando era miúdo. Não gostei do ambiente — aquilo era tudo gente que trabalhava com os multimilionários das corridas de cavalos inglesas —, mas tive a sorte de ter cadeiras abertas e de haver uma universidade de ciências sociais muito fixe perto de onde eu estava, a Goldsmiths College. Então pude fazer umas cadeiras abertas de sociologia, de fotografia e descobri a antropologia. Foi aí que me apaixonei e decidi que queria voltar para Portugal para estudar antropologia.

 

Quando é que voltaste?

Voltei no Verão de 1997, para Lisboa. Em 98/99 conheci o Pablo. Ele já fumava umas ervas… começámos por partilhar esse gosto e depois tornámo-nos muito amigos. Ele ficou em Coimbra e acho que no final de 99 eu fui para Barcelona de Erasmus. Vivia no bairro de Gracia e lá havia uma associação cultural que eu frequentava imenso, que era uma coisa um bocado punk underground, onde conheci várias pessoas incríveis, entre as quais um personagem que acabou por mudar o meu trajecto em termos de activismo e de tudo o que podia estar relacionado com a erva: o Moisés [López], da revista Cáñamo. Começámos a falar, a fumar uma, disse-lhe que estudava antropologia, que tinha etnobotânica e que gostava de começar a escrever umas coisas sobre o tema. E ele convidou-me a ir visitar a revista Cáñamo. A partir daí ficámos em contacto e eu fiquei com o bichinho de, para além de cultivar, fazer mais qualquer coisa. Nessa altura, havia uma associação da qual me fiz sócio, que era a ARSEC, a Associación Ramón Santos de Estudios sobre el Cannabis, que eu saiba a primeira associação pró-cannabis em Espanha. Foi aí que me comecei a embrenhar de forma mais activa. Já não era só cultivar e fumar, era perceber historicamente como é que tinha evoluído, quais eram os usos culturais, etc., que tinham muito a ver com a antropologia, com a etnobotânica. Foi uma paixão que nasceu nessa altura.

 

Entrevista completa na Cannadouro Magazine Nº10, Edição de Verão, agora nas bancas e nos pontos de venda online.



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